por Prof. Dr. Miguel Nácul
Por Prof. Dr. Miguel Nácul - Cirurgião Geral e Digestivo, Coordenador Médico do Instituto Simutec O ensino médico baseado em simulação está muito bem estabelecido. Representação artificial de situações da prática real, a simulação também tem incorporado avanços tecnológicos com a configuração de simuladores cada vez mais fiéis aos ambientes reais. Simulador é importante, porém estrutura física, programa e preceptoria são fundamentais. Não há simuladores “melhores” ou “piores”, mas simuladores bem ou mal ajustados às necessidades de aprendizagem do profissional. A estruturação de um programa de treinamento deve ser adaptada as necessidades do treinando e as características do serviço onde o profissional atua.
Existem diferentes modalidades de simulação, cujas características se ajustam a cada objetivo de aprendizagem. O conhecimento dessas especificidades possibilita a seleção mais apropriada dos simuladores pelos programas. Grupo de professores da Université Laval em Quebec no Canadá descreve em artigo científico (Chiniara G, Cole G, Brisbin K, Huffman D, Cragg B, Lamacchia M, et al. Simulation in healthcare: a taxonomy and a conceptual framework for instructional design and media selection. Med Teach. 2013;35(8):e1380-95), as seguintes categorias das simulações:
Simulação de Procedimentos: equivale ao treinamento de habilidades. O foco principal é a aquisição de habilidades psicomotoras, com necessidade de checklists padronizados e repetição. Trata-se de uma simulação mais simples e focada, mais ajustada ao ensino e ao treinamento de médicos residentes, por exemplo.
Imersão Clínica Simulada com Cenários: o ambiente profissional é recriado com fidelidade e os participantes exercitam habilidades, atitudes, tomadas de decisão e outros elementos da competência clínica de maneira mais completa. Essas simulações podem ser realizadas com manequins simuladores de pacientes ou com atores, sendo geralmente aplicada a treinandos mais experientes.
Simulação de Paciente Padronizado: atores ou membros da comunidade representam pacientes reais com o objetivo de treinar as competências clínicas, habilidades de comunicação e comportamento dos treinandos. Pacientes padronizados atuam em um cenário com anamnese, sinais clínicos ou reação emocional predefinida.
Simulação Computadorizada: a interface de interação com os participantes é uma tela de computador, com graus variáveis de fidelidade. Pode ser destinada ao treinamento de habilidades psicomotoras como a destreza em procedimentos videolaparoscópicos (uso de realidade virtual) ou a tomada de decisão em cenário virtual.
Simulações Híbridas: combinam diferentes modalidades de simulação. A evolução da cirurgia na era da mínima invasão e dos procedimentos tecnológico-dependentes envolve o investimento vigoroso em tecnologia, ensino e qualificação. A utilização de um processo pedagógico mais eficiente, utilizando conceitos modernos, em sintonia com a tendência mundial se torna altamente necessário. Há grande oportunidade para melhorar a qualidade da formação dos especialistas em cirurgia no Brasil com a inclusão da simulação de forma padronizada na graduação e nos programas de residência médica em cirurgia, por exemplo.
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SUGESTÕES DE LEITURA
Romão GS, Abrão, Silva de Sá MF. O ensino por meio da simulação na residência médica. FEMINA 2019;47(8): 473-8.
Nácul MP, Cavazzola LT, MEL, MC. Current Status of Residency Training in Laparoscopic Surgery in Brazil: a critical review. ABCD. 2015; 28(1), 81-85.
Alaker M, Wynn GR, Arulampalam T. Virtual reality training in laparoscopic surgery: A systematic review & meta-analysis. Int J Surg. 2016;29:85-94