Médica brasileira é a primeira mulher no mundo a ganhar medalha renomada na área de cirurgia
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Camilla Rua

Médica brasileira é a primeira mulher no mundo a ganhar medalha renomada na área de cirurgia


Foto: Egberto Nogueira


Quando o assunto é carreira na área da saúde, não é novidade para ninguém o quanto a rotina de um médico é cheia de desafios, obstáculos e superação. Além da carga intensa de estudos, trabalho e busca por atualização, muitos profissionais ainda precisam lidar com dificuldades pessoais e até mesmo com preconceito entre colegas de profissão.


Essa situação foi vivida pela médica Angelita Habr-Gama, de 90 anos, que precisou se superar em diversas áreas da vida nas últimas décadas para tornar-se uma das mais premiadas especialistas em cirurgia do intestino. Em 2022, ela foi reconhecida pela Universidade de Stanford (EUA) como uma das médicas que mais contribuíram para o desenvolvimento da ciência no mundo. Recentemente, Habr-Gama foi a primeira médica-cirurgiã da América Latina a receber a medalha Bigelow, uma tradicional homenagem da Sociedade de Cirurgia de Boston, criada em 1916.


No post de hoje, queremos contar um pouco da história desta profissional por se tratar de um excelente exemplo de dedicação e da força feminina. Nascida na Ilha de Marajó, no Pará, Angelita veio de uma família humilde de imigrantes libaneses. Logo na juventude, ela teve que vencer a resistência do pai ao decidir estudar Medicina (ele preferia que ela fosse professora). Correu atrás do seu objetivo com muita persistência e, em 1952, foi aprovada para ingressar na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).


Em entrevista ao Estadão, ela contou que o preconceito por ser mulher não aconteceu apenas no ambiente familiar. Ao terminar a graduação, a médica também enfrentou a desconfiança de alguns professores e chegou a ser desencorajada quando optou pela carreira de cirurgiã.


“O chefe que escolhia o pessoal para a residência de cirurgia me falou: são só oito vagas, você vai casar, ter filhos, esquecer a cirurgia e vai ter ocupado a vaga de um rapaz”, contou Angelita. Ela novamente insistiu e foi aprovada, tornando-se a primeira mulher a fazer residência em cirurgia do Hospital das Clínicas da USP.

Vale destacar que, todos os dias, milhares de mulheres precisam driblar o preconceito dentro e fora de casa para provar o seu valor em diferentes áreas, especialmente aquelas que são majoritariamente masculinas. Nesse contexto, é importante observarmos exemplos de sucesso para inspirar cada vez mais pessoas a se dedicarem e investirem no seu potencial para alcançar êxito na profissão.


Sem dúvidas, um dos diferenciais para Angelita Habr-Gama crescer na carreira foi a sua coragem e a dedicação constante a todos os recursos capazes de impulsioná-la na medicina. Isso inclui a busca por atualização, estudos, networking e treinamentos.


Parabéns, Angelita Habr-Gama, por fortalecer a medicina brasileira no mundo e por inspirar outras médicas com sua trajetória!






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